terça-feira, 6 de setembro de 2011

- A loja do ferreiro .

“Na loja de um ferreiro há três tipos de ferramentas. Há ferramentas na pilha de sucata: ultrapassadas, quebradas, sem corte, enferrujadas. Elas ficam empilhadas no canto cheio de teias de aranha, imprestáveis para seu mestre, ignorantes de suas funções.
Há ferramentas na bigorna: derretidas, incandescentes, moldáveis, mutáveis. Elas estão na bigorna, sendo moldadas por seu mestre.
Há ferramentas úteis: afiadas, aprimoradas, definidas, móveis. Elas estão de prontidão na caixa de ferramentas do ferreiro, disponíveis para seu mestre, cumprindo seu chamado.
Algumas pessoas ficam empilhadas, sem função: vidas quebradas, talentos desperdiçados, fogos apagados, sonhos estilhaçados. Elas são jogadas na pilha de ferro, necessitando desesperadamente de conserto, sem noção alguma de propósito.
Outras pessoas estão na bigorna: coração abertos, famintos por mudança, feridas se curando, visão clareando. Elas dão boas-vindas às dolorosas investidas do martelo do ferreiro, desejando serem reconstruídas, implorando para serem chamadas.
Outras pessoas estão nas mãos do Mestre: afiadas, sem outros compromissos, polidas, produtivas.
Elas respondem aos movimentos do braço do Mestre. Nada exigindo, tudo entregando.
Todos nós estamos em algum lugar dentro da ferraria. Estamos na pilha de ferro velho, na bigorna, nas mãos do Mestre, ou na caixa de ferramentas. (Alguns de nós já estivemos em todos esses lugares.)
Nessa coleção de pensamentos, faremos um tour da loja. Examinaremos as ferramentas e veremos todos os cantos, desde as prateleiras à mesa de trabalho, da água ao fogo…
E tenho certeza de que, em algum desses lugares, você se encontrará.
Descobriremos o que Paulo quis dizer quando falou sobre nos transformarmos em “um utensílio para uso especial”. E que transformação isso é! A pilha de ferro velho, a bigorna, as mãos do Mestre – é uma viagem ao mesmo tempo cheia de alegria e dor.
E você, que faz esta jornada – que deixa a pilha para entrar no fogo, que enfrenta a realidade da bigorna de Deus, e que incessantemente procura descobrir seu propósito – seja valente, pois você aguarda o privilégio de ser chamado de “instrumento escolhido por Deus”.”

Trecho retirado do livro “Moldado por Deus” do Max Lucado.

Sugerido por Matheus Costa.